"Hoje sabe-se que ter uma componente de socialização e de estímulo é importante para contrariar o desenvolvimento de certas patologias, o mais comum as ligadas às funções neurocognitivas e à depressão", disse João Reis, coordenador do serviço de Psiquiatria Geriátrica no Hospital Júlio de Matos.
Sinais de alerta no idoso, além do isolamento continuado, é não ter objetivos de vida, não se adaptar à mudança do ciclo de vida que representa a ausência de trabalho regular e não ter outras atividades. Por vezes isolam-se, não por estarem deprimidos, mas porque têm uma dor e não querem dizer, adianta Heidi Gruner, coordenadora da unidade de Geriatria da ULS São José.
Algumas sugestões dos especialistas passam por ajudar apenas se o próprio deixar, sendo importante evitar ser paternalista, e deve-se informar a pessoa idosa dos benefícios em ir a uma consulta de otorrino se não ouve bem, porque deixar de ouvir impede a comunicação e abre caminho para a demência. Também deve ser recomendando aos mais velhos a realização anual de exames médicos aos sentidos, incluindo avaliação ocular ou da cavidade oral.
Casos de idosos que perdem autoridade na família e até em questões da sua própria vida, com filhos, netos ou outros próximos a desrespeitar a sua vontade, são também relatados nas consultas de seguimento.
Fonte: Lusa